Páginas

Câncer Induzido por radiação.

Seria possível induzir câncer em alguém?

A Resposta é sim, mas para começarmos a falar de Câncer induzido pela radiação, é interessante entender como as partículas radioativas interagem com a matéria e quais efeitos provocam.

Na verdade o que chamamos de radiação? Radiação seria um meio de condução/propagação de energia na forma de ondas ou partículas. Existem vários tipos de radiação com a qual lhe damos todo dia, por exemplo as radiações cósmicas vindas do espaço, a radiação em forma de micro-ondas de calor usadas um aparelhos de cozinha, radiação solar, celulares e muitas outras que desconhecemos.



As partículas alfa interagem fortemente com o meio, ela arranca elétrons de outras moléculas formando conseqüentes pares iônicos. Quando estável após trazer os elétrons para sua órbita tende a transformar-se em um átomo de hélio. Porém, sua interação depende de sua velocidade, que é proporcional a distância, assim em pequenas distâncias ela não interagem, quando aumentamos sua distância ela interage arrancando o primeiro elétron e depois vai decaindo sua força de atração até arrancar o segundo elétron, tornando-se assim estável.

As partículas beta interagem com o núcleo ou com os elétrons, sendo divididas em beta positiva e beta negativa. As betas positivas são a anti-matéria do elétrons, que se atraem mutuamente e se aniquilam, liberando energia e deixando uma molécula (a que perdeu o elétron) ionizada. As betas negativas se chocam com os elétrons pois possuem uma certa força de atração com o núcleo, arrancando o elétron de órbita  e deixando a molécula que perdeu o elétron ionizada.

E que mal teriam essas moléculas ionizadas? Como elas podem atuar provocando câncer e até mesmo ser usadas no tratamento do câncer com radioterapia?

Essas moléculas ionizadas ganham um alto poder de reação com outras moléculas, o que na célula não é interessante pois irá desestabilizar estruturas importantes para a manutenção da ordem e da vida celular.



Um ponto importante a destacar é que células que sofrem maior número reproduções acabam por expor mais continuamente seu material genético aos efeitos da radiação. Assim, células do tecido sanguíneo, que sofrem mais renovação celular e maior replicação acabam por ser mais sensíveis, enquanto células musculares e nervosas são menos sensíveis a esses efeitos sendo necessário um maior nível de energia de radiação (que é medido na forma de Grays) exposto ou por mais tempo para que haja dano nesses tecidos.




Agora entendendo como a radiação atua sobre a matéria e como esta interação resulta em uma modificação do material genético, podemos entender como surge o câncer.

Câncer são doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células de tecidos. Esse crescimento se dá a partir de 3 fases:

Iniciação - células sofrem o efeito dos agentes que provocam modificações em alguns de seus genes; "iniciadas" para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio- no nosso caso esses agente serão as partículas radioativas

Promoção - células "iniciadas" sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores, onde é transformada em células maligna, de forma lenta e gradual - que seria um acúmulo de modificações dos genes causando um efeito celular e tecidual mais elevados

Progressão - É o terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alterada

O fato de ser possível não quer dizer que é seja algo fácil de se fazer, a maioria das radiações conhecidas deixa rastro e dificilmente passaria impune em casos de envenenamento.


Os policiais que investigaram a morte de Alexander Litvinenko (Ex-KGB) envenenado por material radioativo, detectaram vestígios de polônio em locais onde o ex-espião russo esteve logo após ser envenenado pelo material.

Entre os locais onde os vestígios foram encontrados está o escritório do magnata russo Boris Berezovsky, onde Livtinenko esteve antes de ser hospitalizado. O edifício onde fica o escritório foi fechado para  procurar mais vestígios do material, do qual uma quantidade significativa foi detectada no organismo do ex-espião.


Fontes:
Andarilho
Folha de São Paulo
Anvisa