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Ponto de pressão



Armas Biológicas

Uma arma biológica pode ser constituída por micro-organismos patogênicos: bactérias, vírus, fungos ou por toxinas elaboradas por um desses agentes, tendo elas algum efeito direto sobre o organismo humano ou indireto, fazendo uso da contaminação pretendida, atingindo animais ou vegetais que irão causar efeitos nocivos ao homem.

Os interesses que levam à confecção de uma arma biológica podem ser diversos: territoriais, políticos ou religiosos, envolvendo diferentes etnias. A confecção de armas microbiológicas para assegurar o potencial bélico utiliza diferentes meios para dissipar a destruição da população nos campos ou nas cidades, pelo ar, pela água ou através dos alimentos.

Para tal empreendimento de poder e morte é despendido vultosas cifras no desenvolvimento de arsenais bioquímicos, haja vista as grandes descobertas genéticas em laboratórios ocultos, cultivando uma quantidade grandiosa de terror, incapacitando dezenas de organismos: homens, mulheres e crianças, combatentes ou não, seres humanos.

No organismo, o contágio é facilitado pelo acesso e instalação do agente ou inalação / ingestão de toxina através de vias que proporcionam maior eficácia letal. Essas vias geralmente são: as vias respiratórias, digestivas e cutânea. Funcionando como portas que não resistirão ao ataque deste microavassalador arsenal.

Alguns exemplos de armas biológicas utilizadas e supostamente manipuladas durante a história e as conhecidas nos dias atuais são: Bacillus anthracis que causa a doença denominada carbúnculo; Clostridium botulinum, bacilo encontrado na água ou nos alimentos; Orthopoxvirus, vírus da varíola; Ébola, febre infecciosa hemorrágica.

EBOLA
Histórico: a primeira aparição desse terrível microorganismo foi em 1967, na cidade de Marburg, Alemanha. Cientistas que trabalhavam com macacos importados da África foram contaminados e acabaram morrendo, com seus corpos sendo incinerados. O vírus apareceria mais tarde no Sudão e no vale do rio Ebola, no norte do Zaire, sendo essa uma aparição muito mais devastadora.
Agente etiológico: vírus Cepa ebola.
Nome popular: Ebola.
Classificação: família dos filovírus, do gênero cepa, o Ebola é um vírus nível 4 (O HIV é nível 2).
Habitat natural: encontrado em regiões de florestas densas. Seu hospedeiro inicial ainda é desconhecido, de acordo com o CDC (Centre for Disease Control).
Reprodução: reproduz-se rapidamente em células humanas.
Hospedeiro intermediário: desconhecido.
Distribuição Geográfica: apenas uma epidemia conhecida e documentada, a do Zaire, que causou 220 vítimas fatais.
Modo de transmissão: qualquer tipo de contato com o paciente, principalmente com o sangue.
Principais sintomas: iniciam-se entre o quarto e o décimo sexto dia após a infecção. Começa com febre, tosse, dores de cabeça e musculares e perda de apetite. Conforme a progressão da doença ocorrem vômitos negros, diarréias, dores abdominais, garganta inflamada e eventuais dores no peito. Por último, o sangue começa a vazar nos órgãos internos, pela pele, pelo nariz e pela boca. O cérebro do paciente começa a se liquefazer, levando-o à morte.
Imunização: embora haja pessoas que apresentam imunidade ao vírus, não é o organismo dela que produz anticorpos, e sim o vírus que, de uma forma ou outra, acaba por não atacar o organismo dessa pessoa e acaba morrendo por si só.
Saneamento: doença de mais fácil transmissão em ambientes sujos. Mas, dadas às circunstâncias, é impreciso o que deve ser feito.
Programas de Combate: inexististes.
 
VARÍOLA
Histórico: foi primeiramente relatada em 1122 a.C., na China, e a cabeça mumificada do faraó egípcio Ramsés V, morto por volta de 1156 a.C., apresentava evidências da infecção. Foi uma das principais responsáveis pela morte das antigas civilizações americanas, quando foi importada pelos europeus Matou cerca de 500 milhões de pessoas no século XX.
Transmissão: por meio do ar, ou meios contaminados.
Agente etiológico: vírus Orthopoxvirus variolae
Nome popular: Varíola
Habitat natural: atualmente só se encontra em laboratório nos Estados Unidos e Rússia, representando assim um perigo caso haja uma guerra.
Reprodução: tem um período de encubação de 12 dias e depois começa a evoluir.
Hospedeiro intermediário: desconhecido.
Distribuição Geográfica: ameaça mundial.
Modo de transmissão: aerossol, respiração, uso de objetos utilizados por pessoas infectadas.
Principais sintomas: iniciam-se no 13º dia após a infecção. Parecidos com os da gripe, são caracterizados por erupções de pústulas (bolhas de pus) na pele.
Imunização: vacina comercial disponível em nível mundial.
Saneamento: independe da situação, qualquer contato com um paciente pode causar a doença.
Programas de Combate: Combate Mundial.
 
PESTE BULBÔNICA
Histórico: foi uma das poucas doenças a mudar o rumo da história da humanidade. Atingiu a Europa, o Oriente Médio e a China no século XIV e dizimou 25 milhões de pessoas.
Agente etiológico: bactéria Yersinia pestis.
Nome popular: peste bubônica.
Classificação: é da família das Enterobacteriaceae, bactérias inócuas da flora intestinal normal.
Habitat natural: é possível de acontecer em qualquer lugar que existam ratos.
Morfologia: a Y.pestis é um pequeno bacilo encapsulado Gram-negativo, encapsulado e imóvel, aérobio e anaérobio facultativo.
Reprodução: após entrar pela pele humana em no máximo sete dias começam os sintomas e a bactéria invade o sistema sanguíneo.
Hospedeiro intermediário: pulgas (Xenopsylla cheopis) e ratos pretos (Rattus rattus).
Distribuição Geográfica: Europa, Ásia e Oriente Médio.
Modo de transmissão: no século XIV foi transmitida por ratos e mais tarde pela civilização dos mongóis. Atualmente os ratos e as pulgas ainda são o maior meio de transmissão, porém pode ser transmitida por inalação de gotas de líquido de espirros ou tosse de individuo doente. Transmissão também por aerossol.
Principais sintomas: após sete dias sintomas como febre alta, dores de cabeça, mal estar e protuberâncias azuis na pele. Posteriormente ocorre hemorragia em diversos órgãos, principalmente o pulmão.
Tratamento: antibióticos altamente eficazes estão disponíveis atualmente.
Saneamento: doença de mais fácil transmissão em ambientes sujos, que facilitam a existência de ratos.
Como arma: foi primeiramente usado em Caffa como ameaça biológica. Depois na Primeira guerra mundial o Japão a utilizou por meio de pulgas contra os chineses. Durante a Guerra Fria os Estados Unidos e a União Soviética usaram a peste como arma por meio de aerossol.
 
ANTRAZ
Histórico: foi descoberto por Louis Pasteur em 1879 e dois anos seguinte ele mesmo desenvolveu a vacina. Milhares de pessoas já morreram no desenvolvimento do Antraz como arma biológica. O mais recente relato de caso de antraz data de 2002, quando figuras públicas dos Estados Unidos receberam cartas contaminadas.
Agente etiológico:Bacillus anthracis .
Nome popular: Antraz.
Classificação: o B.anthracis é um bacilo grande Gram-positivo.
Habitat natural: controlado em laboratório. Raramente pode ser presente em animais domésticos ou selvagens.
Reprodução: o período de incubação varia de horas a até sete dias, sendo que há casos de que duraram 60 dias. Após esse período começa a se desenvolver a doença.
Hospedeiro intermediário: animais em geral.
Distribuição geográfica: em todo o mundo, sendo menos presente na América do Norte e na Oceania.
Modo de transmissão: exposição a animais contaminados, ou alimento infectado.
Principais sintomas: se a infecção for pulmonar inicialmente os sintomas são parecidos com os da gripe, agravando-se cada vez mais. Se gastrintestinal causa vômitos sanguíneos e diarréias. Quando cutânea causa lesão negra irritante que se tratada não causa morte.
Tratamento: altas doses de antibióticos. A vacina do Carbúnculo disponível atualmente previne cerca de 90% dos casos.
Saneamento: como sua contaminação se dá por meio de animais, sua ploriferação é maior em locais onde o gado, por exemplo, é mantido em condições precárias.
Como arma: as bactérias do antraz podem ser usadas em ataques bélicos, bem como em ataques biológicos. Atualmente o exército americano é vacinado contra o antraz, pois é uma ameaça presente sempre.
Simulações de um ataque terrorista com o antraz.

FEBRE TIFÓIDE  
Histórico: a bactéria que causa a doença foi descoberta em 1880 por Joseph Elberth. Vinte e sete anos mais tarde uma epidemia atingiu os Estados Unidos que matou algumas centenas de pessoas. Durante as décadas de 50 e 60 foi utilizada pelos EUA.
Agente etiológico: bactéria Salmonella typhi .
Nome popular: febre tifóide e bacilo de Elberth.
Classificação: da família Enterobacteriaceae (mesma da Peste Bulbônica) , bacilo Gram-negativos, cuja contaminação pode trazer sérios danos ao corpo humano.
Habitat natural: não definido, porém vive em detritos fecais.
Reprodução: inicialmente invade uma célula especifica do corpo, depois se espalha pelos sistemas linfático e sanguíneo.
Hospedeiro intermediário: nenhum.
Distribuição geográfica: em todo mundo.
Modo de transmissão: sua transmissão se dá por meio de alimentos e água contaminados, sendo a ingestão o único meio.
Principais sintomas: febres altas, dores de cabaça, perturbação durante o sono, cansaço e redução de batimentos cardíacos a níveis mais baixos que 60 por minuto. Manchas rosa podem aparecer na pele e num período de duas semanas o doente pode apresentar falta de apetite, hemorragia nasal, vômitos, diarréia, aumento do baço, tosse, começa a apresentar sintomas do autismo e por fim infecções generalizadas por todo o corpo.
Tratamento: antibióticos específicos disponíveis atualmente. Quando não tratado por antibiótico, o paciente pode permanecer com o bacilo durante anos. Vacina disponível
Saneamento: normalmente a doença é transmitida em lugares onde não há higiene, onde as condições de saneamento são mínimas, principalmente onde o esgoto não é tratado.
Como arma: por ser fatal se não tratada a febre tifóide é uma ameaça quando se tratando de guerra.
 
 
TOXINA BOTULÍNICA  
Histórico: conhecida também como botulismo, essa toxina é considera a mais poderosa do mundo. Foi desenvolvida e descoberta durante a Segunda Guerra Mundial e em alguns países foi eliminada completamente. Durante 1990 e 1995 houve casos da infecção em alguns locais em Tókio e em bases americanas no território japones.
Agente etiológico: toxina Clostridium botulinum .
Nome popular: botulismo.
Classificação: relacionados com o gênero Bacillus , são grandes Bacilos-gram positivos.
Habitat natural: não definido, porém normalmente no solo.
Reprodução: são absorvidas pelo intestino e se espalham pelo sangue afetando nervos motores por todo o corpo.
Hospedeiro intermediário: nenhum.
Distribuição geográfica: por todo o mundo.
Modo de transmissão: por meio de conservas mal feitas, por comida estragada, e raramente por comidas deixadas à atmosfera.
Principais sintomas: leva a paralisia, principalmente dos músculos relacionados à respiração causando falta de ar. Em média após 24 horas, o enfermo pode apresentar sintomas como visão dupla, dificuldades na fala, diarréia ou prisão de ventre, seguidas por vômito.
Tratamento: o paciente deve tomar o antídoto imediatamente e se necessário auxílio respiratório. Medicamentos específicos são utilizados para eliminar restos de comida presentes no corpo. Vacina disponível.
Saneamento: trata-se mais de controle de qualidade do que de saneamento, uma vez que o principal meio de contaminação é por ingestão de alimentos.
Como arma: a toxina botulínica é uma arma extremamente eficaz quando se tratando de ataques terroristas uma vez que paralisa todos os atingidos. Por poder ser dispersa por diversos métodos, são vastas as possibilidades de um ataque com a toxina.
Como tratmento cosmético: a toxina botulínica é usada como tratamentos cosmético temporário em pequenas doses. A sua capacidade paralítica é desejada por indivíduos que procuram esconder as suas rugas (as rugas são causadas por contracções musculares). Também tem uso em verdadeiros problemas médicos, sendo usado como relaxante muscular.